terça-feira, 18 de junho de 2013

Evangelizando bebês

Evangelizando - Jornal de Lavras por Sheila Passos

Eis que o Semeador saiu a semear…
E a boa semente caiu na terra fértil do coração. 
Evangelizar é despertar a semente que habita em nossos corações. 
É promover o crescimento integral do Ser, considerando a imortalidade do espírito. 
Podemos estimular o despertar da semente em qualquer idade, porque todos precisamos de Evangelho e, muitas vezes, nosso coração está tão endurecido, que esse processo só acontece na madureza de nossa existência. 
Mas o Semeador não desiste nunca e, a cada estação de nossas vidas, lá está Ele estimulando o nascimento da semente em nós. 
A primavera é a estação mais propícia para a semeadura.
A criança é um Espírito reencarnado que está recomeçando uma nova existência corporal. Ao mesmo tempo em que é uma personalidade com características próprias, com experiências seculares, é, também, um espírito aberto às novas transformações. (1) 
Emmanuel nos afirma que, até os 7 anos, o Espírito ainda se encontra em fase de adaptação à nova existência que lhe compete no mundo. (2) 
Nessa fase, ainda não existe uma integração perfeita entre ele e a matéria orgânica. 
São cerca de três mil dias de sono induzido ou hipnose terapêutica que motivam o entorpecimento das recordações do passado, para que se alivie a mente na direção de novas conquistas. (2) 
Todo esse tempo é ocupado em prover a criança de novos conceitos e pensamentos acerca de si própria. (2)
Quando o bebê nasce, o cérebro pesa pouco mais de 300 gramas. Até completar o primeiro ano de idade, o cérebro vai triplicar o tamanho. As experiências que o bebê vivencia, multiplicam, vertiginosamente, seus neurônios, registrando sensações e emoções diante de suas descobertas, dando início a um processo de conhecimento de si mesmo e do mundo. (3) 
Dessa maneira, quando pensamos em colocar a criança em contato com o Evangelho de Jesus, devemos estimular que isso seja feito na mais tenra idade. (4) 
Hoje temos muitos recursos para evangelizar as crianças, que podem começar ainda bebês. Utilizando estímulos sensoriais, seja pelo toque, pelo cheiro, pelo gosto, pelo que ouve ou pelo que vê, vamos encorajando o bebê a explorar o ambiente, criando relações com pessoas, objetos, plantas e animais, para que possa descobrir sobre seu corpo e utilizar-se dele para conhecer o que existe ao seu redor. 
Nas aulas de evangelização de bebês, dividimos o tempo da aula em 4 partes e a cada 15 minutos, mudamos completamente a atividade, para que permaneça ativo o interesse do bebê. A atividade da criança é o brincar. É brincando que a criança descobre o mundo, é brincando que se inicia o processo de autoconhecimento, é brincando que se toma contato com a realidade e criam-se vínculos. É brincando que apresentamos Jesus e a Boa Nova que ele nos traz. 
É importante lembrar que o Evangelho é um código universal da Lei de Deus. 
“A verdade é que todos os livros e tradições religiosas da antiguidade guardam, entre si, a mais estreita unidade substancial”. (5) 
Vários Missionários trouxeram a Boa Nova: Fo-Hi, Lao Tsé e Confúcio, na China; Buda, nas crenças do Tibete; no Pentateuco, encontramos Moisés e, no Alcorão, vemos Maomé. Cada raça recebeu seus instrutores, como se fosse Ele mesmo. E Jesus, membro da comunidade de espíritos puros e eleito pelo Senhor Supremo do Universo, é o Governador da Terra. (5) Já era um Cristo há bilhões de anos, e participou de forma ativa na construção do Orbe, veio à Terra para nos ensinar a amar, vivenciando e exemplificando o Evangelho do Pai. 
Muitos espíritos trazem, em seus registros mais íntimos, uma resistência grande a tudo que se refere a Jesus. Há espíritos com marcas profundas, mágoas quase indissolúveis. 
É compreensível, porque, em todas as épocas, deturparam as lições do Cristo. A História relata diversos fatos tristes da humanidade. Esse é mais um motivo para aproveitarmos a fase infantil, em seu período mais inicial, para darmos outros registros mentais a estes espíritos eternos. 
Em nossas aulas com os bebês, iniciamos com a Gênese Planetária. Apresentamos o universo representado por um tapete para contar histórias. E um boneco de pano representando Jesus. 
Jesus entra manuseando o novo Planeta que está sendo criado: o Planeta Terra. E, a partir de então, a criança vai experimentar todos os Reinos: Mineral, Vegetal, Animal e Hominal. 
Vai utilizar-se dos sentidos para conhecer a água, as pedras e a terra. Vai comer, pegar e cheirar os vegetais. Vai tocar nos animais, sentir seu calor e suas reações ao seu toque. Ouve, cheira e beija seus semelhantes: os seres humanos. 
Vai aprender sobre a vinda de Jesus na Terra. Vai brincar com Jesus Bebê, trocar a fraldinha de Jesus, dar comidinha, entrar em sua casa e conviver com Maria e José. Vai participar do culto no lar com Jesus, vai aprender a ajudar as pessoas, a cuidar dos animais e da Natureza. 
Jesus vai crescendo e as crianças vão vivenciar as parábolas e as curas. Aprendem a dar passes, fluidificar a água. Descobrem que o espírito é eterno e que vai evoluindo. Aprendem que reencarnam e vão se tornando melhores. Até que as crianças também crescem e viram discípulos de Jesus. 
E chega o verão célere, cheio de cores, perfumes e estímulos mil e nossas crianças alcançam a adolescência, cheias de energia e disposição. 
É importante que, na proposta de evangelização para essa faixa etária, se tenha um programa ativo, envolvendo-os ao máximo em atividades em que possam utilizar seus talentos, dialogar com seus conflitos, serem estimulados a pensar, perguntar e que possam se expressar. É importante que o jovem se sinta pertencente ao grupo e se sinta querido, que sua opinião seja ouvida e respeitada. 
No Outono de nossas vidas, quando nos tornamos adultos, ainda necessitamos de Evangelho. O Evangelho, nessa fase, funciona como um direcionador de nossas atitudes. É uma fase muito produtiva, em que se busca constituir família e se fixar profissionalmente. 
O estudo minucioso do Evangelho, o miudinho, como é carinhosamente conhecido, funciona muito bem nessa fase, como norteador da família. Proporciona-nos aconchego, calma, reflexão e estímulo para aprimorar nossa conduta. 
Quando chega o inverno de nossa existência, época em que a experiência nos vinca a face e os sentimentos, o Evangelho funciona como bálsamo amigo, a nos curar as feridas, a consolar nossos corações, a alimentar, com esperança, a nossa alma dorida. 

E vem a primavera novamente… 
E, com ela, a grande promessa do recomeço. 
É como se ouvíssemos, novamente, a exortação de Jesus : “Deixai vir a mim as crianças e não as impeçais…” (Mt 18:17,18) 

Sheila Passos

1) SOARES, Cíntia Vieira da Silva. Evangelizando bebês Goiânia: FEEGO 2011 
2) XAVIER, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Religião dos Espíritos 7. , p, 111-113 
3) Revista Época de 10 de agosto de 2009 “Por dentro da mente dos bebês”. 
4) Sociedade de divulgação Espírita Auta de Souza. Deixai vir a mim as criancinhas: Como evangelizar crianças de 0 a 6 anos. Taguatinga- DF 2006 
5) XAVIER, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. A Caminho da Luz FEB

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